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Dicas para Saúde Mental nas Festas de Fim de Ano: Como Passar por Esse Período com Mais Tranquilidade

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Jussara Prado

CRP 08/PJ-02243
Mulher Cis Bissexual [ela/dela]

Saúde Mental

Introdução: Por Que as Festas Podem Ser Estressantes?

Festas de fim de ano são momentos estressantes e cheios de expectativa: reencontros, celebrações e, claro, a tentativa de criar o ambiente perfeito. Porém, para muitas pessoas, esse período pode ser mais desafiador do que parece, principalmente para a saúde mental. Ansiedade, estresse e uma sensação de sobrecarga emocional são experiências comuns durante as festas.

Um estudo da American Psychological Association revelou que quase 40% das pessoas ficam mais estressadas no fim do ano, devido a fatores como gastos extras, compromissos sociais e interações familiares delicadas. Para a comunidade LGBTQIAPN+ ou pessoas neurodivergentes, essas dificuldades podem ser ainda mais intensas, seja pela falta de inclusão em ambientes familiares ou por alterações na rotina que afetam o equilíbrio emocional (Frost & Meyer, 2019; Bishop-Fitzpatrick et al., 2017).


Por Que Ficamos Mais Estressados no Fim do Ano?

As festas de fim de ano trazem desafios específicos que podem impactar diretamente a saúde mental. Aqui estão os motivos mais comuns:

  1. Interações Familiares Complexas
    • Nem todas as famílias são acolhedoras, e ambientes que não respeitam identidades ou orientações podem gerar desconforto emocional. Pessoas LGBTQIAPN+ frequentemente enfrentam microagressões ou até exclusão durante esses encontros.
  2. Excesso de Compromissos
    • Confraternizações, viagens e listas intermináveis de tarefas podem esgotar a energia física e mental, dificultando a capacidade de aproveitar os momentos.
  3. Rotina Bagunçada
    • Durante as festas, é comum dormir mal, pular refeições ou exagerar em alimentos ricos em açúcar e álcool, o que eleva os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

Estratégias Práticas para um Fim de Ano Mais Tranquilo

Mesmo com os desafios, algumas práticas simples podem ajudar a passar por essa época com mais equilíbrio e bem-estar:

1. Coloque Limites

  • Aprender a dizer “não” é fundamental para preservar a saúde mental. Seja para convites sociais ou interações familiares, estabelecer horários curtos para reuniões ou recusar eventos estressantes pode ajudar.
  • Estudos indicam que práticas como mindfulness aumentam a resiliência emocional, permitindo lidar melhor com situações desconfortáveis (Kabat-Zinn, 1990).

2. Movimente-se

  • Exercícios físicos leves, como caminhadas ao ar livre, são excelentes para liberar endorfinas, conhecidas como “hormônios da felicidade”. Isso melhora o humor e reduz os níveis de ansiedade (Hillman et al., 2008).

3. Reserve Momentos Só Seus

  • Incorporar pequenos momentos de autocuidado na rotina, como assistir a uma série, ler um livro ou até meditar, ajuda a recarregar as energias.
  • Técnicas de relaxamento, como meditação guiada, podem reduzir o estresse significativamente (APA, 2020).

4. Cuide da Alimentação

  • Uma dieta equilibrada durante as festas é essencial para manter o bem-estar físico e mental. Alimentos ricos em nutrientes, como frutas e castanhas, ajudam a estabilizar o humor.
  • Evitar excessos de açúcar e álcool também é importante, já que esses itens podem amplificar a sensação de cansaço e irritabilidade (Jacka et al., 2017).

O Papel do Apoio Profissional nas Festas de Fim de Ano

Se o estresse parece impossível de gerenciar sozinho, contar com o suporte de um psicólogo ou uma equipe multidisciplinar pode fazer a diferença. Terapias como a cognitivo-comportamental ajudam a identificar gatilhos emocionais e criar estratégias eficazes para enfrentá-los (Hofmann et al., 2012).

Em uma abordagem integrada, psicólogos, nutricionistas e médicos podem trabalhar juntos para garantir que você passe por essa época com mais tranquilidade. Além de cuidar da saúde mental, eles ajudam a desenvolver hábitos saudáveis e personalizados para atender às suas necessidades específicas.


Como a Comunidade LGBTQIAPN+ e Neurodivergente Pode se Proteger?

Ambientes familiares que não respeitam quem você é podem ser extremamente desgastantes. Aqui estão algumas dicas para a comunidade LGBTQIAPN+ e neurodivergente:

  • Conecte-se com Pessoas de Confiança: Caso sua família não seja acolhedora, tente passar parte do tempo com amigos ou grupos de apoio que ofereçam compreensão e aceitação.
  • Estabeleça um Plano de Saída: Se um ambiente começar a ficar desconfortável, tenha uma estratégia para se retirar sem culpa.
  • Pratique a Autoafirmação: Reforce a sua identidade e lembre-se de que você não precisa se justificar para ninguém.

Conclusão: Viva o Fim de Ano com Mais Leveza

As festas de fim de ano não precisam ser um peso emocional. Com um pouco de planejamento e práticas de autocuidado, é possível aproveitar esse período com mais tranquilidade. Lembre-se de que priorizar sua saúde mental é um ato de amor-próprio.

💡 Estamos aqui para ajudar! Nossa equipe multidisciplinar está pronta para oferecer o suporte necessário. Agende uma consulta e comece o próximo ano com mais equilíbrio e bem-estar.

Referências

  1. American Psychological Association. (2015). Stress in America™: Paying with Our Health. Disponível em: https://www.apa.org.
  2. Frost, D. M., & Meyer, I. H. (2019). Discrimination and health among LGBT adults: Evidence from the United States. American Journal of Public Health, 109(11), 1446-1452.
  3. Bishop-Fitzpatrick, L., Minshew, N. J., & Eack, S. M. (2017). A systematic review of psychosocial interventions for adults with autism spectrum disorders. Journal of Autism and Developmental Disorders, 47(12), 3380-3395.
  4. Kabat-Zinn, J. (1990). Full Catastrophe Living: Using the Wisdom of Your Body and Mind to Face Stress, Pain, and Illness. Delacorte Press.
  5. Hillman, C. H., Erickson, K. I., & Kramer, A. F. (2008). Be smart, exercise your heart: Exercise effects on brain and cognition. Nature Reviews Neuroscience, 9(1), 58-65.
  6. Jacka, F. N., Mykletun, A., Berk, M., Bjelland, I., & Tell, G. S. (2017). The association between habitual diet quality and the common mental disorders in community-dwelling adults: The Hordaland Health Study. Psychosomatic Medicine, 69(6), 483-490.
  7. Hofmann, S. G., Asnaani, A., Vonk, I. J., Sawyer, A. T., & Fang, A. (2012). The efficacy of cognitive behavioral therapy: A review of meta-analyses. Cognitive Therapy and Research, 36(5), 427-440.
  8. American Psychological Association. (2020). Mindfulness and Meditation: Research Overview. Disponível em: https://www.apa.org.

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