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Quando foi que você percebeu que se acostumou a estar mal?

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Jussara Prado

CRP 08/PJ-02243
Mulher Cis Bissexual [ela/dela]

Quando foi que você percebeu que se acostumou a estar mal?

Quando foi que você percebeu que se acostumou com a angústia/sofrimento/ansiedade?

Nesse fds, viajei com meu marido e alguns amigos para São Francisco do Sul – SC. O objetivo era um evento de moto que rolaria por lá, o “Moto São Chico”. E foi a primeira vez que notei, conscientemente, o quanto evoluí não só no quesito maturidade emocional, mas também da ansiedade que tive por muito tempo. E como se deu isso? 

Bom, a vida acontece o tempo todo pra todo mundo, principalmente em viagens onde todo o planejado pode ir por água abaixo. Viajar com outras pessoas então? Quadruplica as possibilidades de não sair nada conforme o desejado inicialmente.

Muita coisa pode dar errado!

Anúncio de estadia enganoso; 

Planos modificados de acordo com gostos, preferências, cansaço ou clima; 

Desentendimentos, surpresas, acidentes e até nossas próprias emoções…

Uma receita para o caos, pra quem sofre de ansiedade. Esse caos acontecia comigo, porque essa ERA eu – toda ansiosa.

Por muito tempo convivi com a ansiedade, achando que estava num nível ok. Mas o que rolou foi que eu me “acostumei” com ela. Acostumei com a angústia, os sintomas físicos, falta de autoconhecimento e manejo das minhas emoções e a dificuldade de ter uma vida mais leve e até mais simples. O que eu vejo muito na clínica com as pessoas que eu atendo.

Mas depois de terapia com Psi, acompanhamento medicamentoso com psiquiatra (nem sempre é necessário) e todos os demais movimentos que fiz de autocuidado… pude perceber nessa viagem o quanto melhorei dela, o quanto consigo dar conta das coisas e o quanto minha vida é mais leve.

Hoje sou muito mais flexível para o acaso e as surpresas. Manejo questões com muito mais leveza do que antes. E sem dúvida alguma, a melhor parte é que eu me conheço MUITO mais do que antes, pra poder saber o que e como fazer, para me regular novamente.

E foi com esse autoconhecimento que consegui aproveitar, me permitir, explorar e contemplar tudo o que o rolê tinha para oferecer. “Mas Jussara, você não se estressou nadinha?”. 

Gente, viajar é se estressar, rs. Claro que sim, mas com os recursos que tenho em mim hoje, consegui tirar de letra. Comparando com a Jussara de antes, hoje eu consigo aproveitar muito mais o que a vida tem pra me oferecer.

E aí? Até quando você vai ficar se acostumando com a angústia, sofrimento ou ansiedade? 

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